Conheça o caminho de Angela Leite na obra Andorinhas Migrantes da Serra de Baturité

terça-feira 11 de Janeiro de 2022, por Angela Leite
palavras-chave: andorinhas; carnaúba; desenho; rachel de queiroz; serra de baturité

“Uma cadeia de encontros, boas notícias e coincidências” é como Angela Leite resume a história por trás de seu novo desenho, Andorinhas Migrantes da Serra de Baturité.

Convidada por Altina Felício para uma exposição coletiva no Memorial da América Latina que tinha como mote o diálogo com uma criação de escritora ou escritor brasileiro, ela escolheu Andira, livro de Rachel de Queiroz para crianças.

Nele, a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras inventa a vida de uma andorinha deixada para trás pela mãe, pois demora a sair do ovo, e que assim perde a migração do seu bando. É, então, adotada pelos morcegos da capela onde nasceu, e cresce “morcegando”.

Quando as andorinhas voltam, a mãe a reconhece e, enquanto as duas lidam com essa história doída, a protagonista vai aprender a se comportar como uma de sua espécie.

Rachel de Queiroz passava parte do ano na fazenda Não me Deixe, em Quixadá, próximo da Serra de Baturité, um dos lugares de maior biodiversidade no Nordeste, com boa extensão de vegetação preservada.

Angela descobriu então uma pesquisa que falava das andorinhas dessa serra – quatro espécies.

Imaginou uma pequena migração delas entre uma capela onde esses pássaros fazem ninho e uma mata com carnaúbas, palmeira típica da região. Contatou o intelectual Antonio Novaes, que disse ter visto muitas delas no Seminário Jesuíta de Baturité.

Bergson Frota, saudoso cronista cearense, comenta a chegada das Andorinhas em Ipueiras, onde preferem fazer seus ninhos na Igreja-matriz e não nas Carnaúbas plantadas nas avenidas da cidade. Na região, está a Capela de Nossa Senhora da Assunção, uma das mais antigas do Ceará, em Itans, zona rural de Itapiúna.

Como exercício de criação, Angela imaginou que as avezinhas migratórias fizessem uma escala nos carnaubais da zona rural e aproveitassem a água pura dos rios dali.

Por mais uma coincidência, a capela – que a encantou – havia sido restaurada há poucos anos. A artista imaginou que as portas e janelas seriam de uma madeira resistente e muito valorizada no Nordeste, chamada violete (em referência a sua cor interna).

Da comunhão de todos esses elementos da cultura, paisagem e realidade do Ceará, nasceu a obra “Andorinhas Migrantes da Serra de Baturité (2021)” que pode ser conferida aqui no blog ou no site da artista: http://angelaleite.com.br/obra_detalhe.php?id=253, onde mais informações sobre o desenho estão disponíveis.

 




Graphias Casa da Gravura expõe Mar e Mata de Angela Leite

quarta-feira 20 de Março de 2013, por Angela Leite
palavras-chave: angela leite; exposição; mar; mata; meio ambiente; xilogravura

Tamanduá LauraGravuras recentes e marcos das quatro décadas de carreira da artista plástica Angela Leite compõem a exposição "Mar e Mata", que será aberta no próximo sábado, 23 de março, na Graphias Casa da Gravura.

A exposição, que permanece na Graphias até 25 de maio, destaca o olhar militante e apaixonado de Angela voltado à fauna e à flora brasileiras, combinado com um rigor quase científico presente em suas obras.

Angela Leite, formada em Filosofia pela USP, dedica-se desde 1968 à arte em estreita ligação com o meio ambiente. Os 45 anos de carreira geraram duas centenas de xilogravuras e desenhos com foco na fauna e na flora do Brasil.

Para ampliar o diálogo entre expressão e rigor científico que marca sua obra, ela recorre a pesquisadores e à literatura especializada, além de se dedicar à observação dos animais em seu hábitat ou em cativeiro. Com isso, constrói um trabalho elogiado tanto por críticos de arte como por estudiosos do ramo da biologia.

A artista desenvolve atividades de sensibilização às questões da natureza com escolas e instituições. Participa de campanhas de entidades como a União em Defesa da Natureza e a Rede Nacional pró Unidades de Conservação e é membro-fundador da União em Defesa das Baleias. Ministra, também, cursos de xilogravura combinados ao conteúdo ambiental e de sustentabilidade. 

O conjunto de obras produzido por Angela em sua carreira foi exibido ao público em mais de 200 mostras e reconhecido com nove premiações no circuito nacional além do R.H.J. Hintelmann Kunstpreis, em Munique, Alemanha. As criações de Angela foram expostas em mostra individual na Embaixada Brasileira em Washington e mereceram uma sala especial no Dronninglund Kunstcenter, na Dinamarca. 

Foi consultora e escreveu a apresentação de três volumes da coleção Brasileirinhos, do poeta Lalau e da ilustradora Laurabeatriz. Também publicou textos de temática ambiental em jornais e revistas como IstoÉ, Veja, O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde e Shopping News. Na televisão, gravou para Repórter Eco, da TV Cultura, e para o Animal Planet.

Desenvolveu, por fim, diversos produtos com a temática ambiental junto a ONGS, empresas e outras instituições, a exemplo das dezenas de camisetas e cartões-postais em defesa do meio ambiente, toalhas para a Santista Têxtil e a coleção de louças lançada no final de 2012.

Exposição: Mar e Mata
Artista: Angela Leite
Abertura 23/03 - horário: das 11h às 15 h
Período da exposição: de 23 de março a 25 de maio de 2013
Visitação: terça a sexta  das 11h às 18h | sábado das 11h às 15h

Graphias Casa da Gravura
Rua Joaquim Távora 1605
Vila Mariana
São Paulo – SP
graphias@terra.com.br
www.graphias.com.br




Angela Leite exibe baleias e golfinhos na Gravura Brasileira

quinta-feira 09 de Agosto de 2012, por Antonio Biondi e Pedro Biondi
palavras-chave: ameaçadas; angela leite; baleias; cetáceos; exposição; extinção; meio ambiente; xilogravura

Convite exposição Angela Leite - Navegantes por Natureza

Exposição individual Navegantes por Natureza leva xilogravuras recentes à galeria paulistana. Inauguração é na terça-feira, 14 de agosto.

A partir do dia 14 de agosto, terça-feira da próxima semana, as xilogravuras de Angela Leite estarão expostas em mostra individual na galeria Gravura Brasileira, em São Paulo.

A exposição traz novo registro da excelência artística da artista plástica, caracterizada pela combinação entre um rigor quase científico e um olhar militante e apaixonado no retrato da fauna e da flora brasileiras.

Desta vez, Angela optou por enfatizar os quadros de baleias, golfinhos, tucuxis, toninhas, uiaras e outros cetáceos que habitam as águas (mares e rios) do país, bem como de outras nações e continentes. Ela explica que todas as espécies retratadas na exposição se situam em algum grau de ameaça, sendo que algumas se encontram criticamente ameaçadas, pois foram caçadas quase até a extinção.

A artista acrescenta que, nas décadas de 1980 e 90, o Brasil teve papel crucial no combate à caça das baleias e que, atualmente, “na surdina, caçadores de baleia tramam o retorno colossal da caça, insistindo em argumentos como o da crise  financeira e o do crescimento populacional de alguns grupos localizados”. Decorre dessa conjuntura – e da busca por sensibilizar seus conterrâneos – a escolha temática da nova mostra.

O visitante será convidado a navegar por 18 xilogravuras, relacionadas sobretudo a trabalhos recentes, mas também representativas de suas quatro décadas de carreira. O conjunto inclui dois trabalhos inéditos. No mesmo dia 14, a Gravura Brasileira inaugura a exposição Bem-Casados, em que o curador Hugo Fortes agrupará em pares artistas dos Estados Unidos, do Chile e do Brasil a partir das relações de suas poéticas. Ambas as mostras permanecerão abertas à visitação até 15 de setembro.

Trajetória

Nascida em 1950 no Rio de Janeiro, Angela se dedica desde 1968 à arte em estreita ligação com o meio ambiente. Participou de cerca de 200 salões e exposições nacionais e internacionais e recebeu prêmios no país e no exterior. A militância também se dá por meio de palestras, oficinas, artigos e entrevistas em defesa da fauna e da flora.

“Maravilhosamente adaptadas à vida aquática, como um produto extraordinário da evolução orgânica, todas grandes e algumas imensas, as baleias por séculos foram vítimas da ganância humana e várias delas levadas ao limiar da extinção total”, registra Ibsen de Gusmão Câmara, um dos maiores especialistas em cetáceos do Brasil, pioneiro na defesa da vida marinha no país. “A artista plástica Angela Leite há décadas estuda-as com minúcia e dedica-se a divulgá-las e protegê-las através de sua arte insuperável.”

O jornalista ambiental Washington Novaes destaca que “Angela Leite é apaixonada pela natureza – tudo que está vivo na água, no ar, na terra. Por isso, com seu olhar agudo e seu entalhe privilegiado, vai perpetuando na madeira e no papel todas essas formas vivas, em todos os ambientes – tal como faz agora com as baleias”. Para Novaes, “É um privilégio sermos seus contemporâneos e termos diante de nós sua obra”.

Ao longo da carreira, Angela Leite trabalhou sobretudo com a gravura em madeira. Realizou também diversos desenhos com lápis de cor e com nanquim. A artista recorre a pesquisadores e à literatura especializada, além de se dedicar à exaustiva observação dos animais em seu hábitat ou em cativeiro. Os cetáceos marcam sua obra especialmente a partir da década de 1980, quando a defesa da vida dos grandes mamíferos marinhos torna-se um dos pilares do seu trabalho.

Navegantes por Natureza
Abertura: 14/08 às 19h (terça-feira)
Exposição: De 15/08 a 15/09, das 10h às 18h (de 2ª a 6ª) e das 11h às 13h (aos sábados)
Galeria Gravura Brasileira (www.gravurabrasileira.com)
Rua Dr. Franco da Rocha, 61, Perdizes, São Paulo/SP
Informações: (11) 3624.0301 / 3624.9193




Angela Leite realiza 'Oficina das Palmeiras' no SP Estampa 2012

domingo 08 de Abril de 2012, por Angela Leite
palavras-chave: Angela Leite; curso; jerivá; juçara; oficina; palmeiras; SP Estampa; workshop; xilogravura

No mês de maio, a artista plástica Angela Leite oferecerá um workshop sobre xilogravura e duas espécies de palmeiras nativas do Brasil - jerivá e juçara. O curso, que combinará conceitos e práticas de arte e educação ambiental, integra a programação do SP Estampa 2012.

Confira abaixo todas as informações sobre o curso. E participe!

WORKSHOP DE XILOGRAVURA “OFICINA DAS PALMEIRAS”

ARTISTA RESPONSÁVEL: ANGELA LEITE

LOCAL: ATELIER ANGELA LEITE

PERÍODO: De 5 a 12 de maio de 2012

INTRODUÇÃO

O curso compreende atividades de campo com enfoque em palmeiras, especificamente o Jerivá e a Juçara, e trabalhos de xilogravura no atelier da Angela Leite.

Com mais de 200 espécies nativas, o Brasil já foi chamado de "Terra das Palmeiras" pelos Tupi. Essas árvores admiráveis (ditas "Príncipes" enquanto ordem botânica) e seus cocais estão associadas a diversas paisagens: veredas, praias paradisíacas, os mais áridos sertões, matas sempre úmidas, o cerrado em suas muitas variantes.

Além de fornecer alimento a inúmeros animais, elas têm lugar central no paisagismo. Estão presentes em ruas, praças, canteiros, jardins e praças  à beira-mar ou interior adentro mesmo em São Paulo, a cidade mais edificada do país.

Para nossas atividades, cada participante elegerá uma das duas espécies nativas, o Jerivá ou a Juçara,  que marcam presença no espaço paulistano, representativas de sua natureza original, onde os viçosos cerradinhos dos campos de Piratininga eram margeados por ilhas de Mata Atlântica.

A 1ª opção é o exuberante Jerivá (Syagrus romanzoffiana), "Queen palm" para os de fora, que caiu no gosto dos jardineiros da cidade e continua a dispensar coquinhos em profusão para a fauna urbana remanescente, durante todo o verão.

A 2ª opção é a elegante Juçara (Euterpe edulis), famosa pelo excelente palmito-doce, alvo de preocupação e defesa dos ambientalistas, que alertam para o consumo responsável e destacam seu papel de fruteira generosa para um sem-número de consumidores silvestres, de março a junho.

ARTE E CIDADANIA

É mais fácil lutar pelo conhecido, o próximo, o familiar. No mais particular encontramos o mais universal.

O método da Oficina sugere um estudo das espécies, objeto dos trabalhos, e de sua circunstância ambiental.

Tomaremos as palmeiras como tema. Presença da mata ou do cerradinho primitivo, replantadas em seu espaço próprio, marcam um princípio de regeneração da natureza que suaviza a hostilidade da concretude urbana. Alguns exemplares da megalópolis serão oferecidos como protagonistas, em bairros distintos, promovendo, assim, a convivência do aluno com sua palmeira de eleição, primeiro passo para o engajamento na recuperação do ambiente paulistano.

OBJETIVO

As duas espécies, objeto dos estudos, serão o centro de nossa atenção. A convivência individual com a palmeira adotada trará como resultado final, ao participante do workshop, sua imagem em xilogravura, coroamento da experiência proposta.

ATIVIDADES DE CAMPO

Contato com as palmeiras: A observação minuciosa é o primeiro passo. Dimensionamento, sensações, fotos, cheiro, folhas e casca caídas no chão são o material principal do projeto. Mais de uma visita pode gerar resultados surpreendentes; em horários distintos, ainda melhor.

Pesquisa particular a respeito da espécie escolhida será recomendada para o aprofundamento da experiência. Farta bibliografia poderá ser consultada em bibliotecas públicas ou no próprio atelier da artista, em proporções mais modestas.

Contato com xilogravuras: Exame do trabalho em madeira de gravadores experientes em museus, livros e galerias é atividade muito recomendada para que o iniciante reconheça a linguagem desta técnica. Na Galeria Gravura Brasileira está disponível um leque variado de xilogravuras, autores e técnicas.

ATIVIDADES NO ATELIER DA ARTISTA

O atelier estará repleto de matrizes da autora, com suas respectivas impressões, servindo como material de pesquisa para os participantes. 

As atividades no atelier serão realizadas em 4 encontros:

1º encontro (abertura da oficina para todos os participantes): Introdução ao mundo da xilogravura e à vida das palmeiras na visão de Angela Leite.

2° encontro: Avaliação do projeto no papel e a qualidade do lixamento do pequeno taco. Serão exemplificados, para os alunos, rudimentos de cortes de xilogravura com as ferramentas disponíveis.

3° encontro: Conclusão dos trabalhos na matriz de madeira, gravados pelos aluno. E apreciação pelos colegas, resultando em estímulo para próximos projetos.

4° encontro (encerramento da Oficina para todos os participantes): Demonstração do processo de impressão de matrizes de Palmeiras gravadas, tanto pela artista, quanto pelos alunos, com o apoio do impressor João de Góis Caldas.

CONCLUSÃO

Os trabalhos gerados em xilogravura serão todos voltados para o tema e modelo da oficina. Acreditamos que a observação, envolvimento, materialização e o conhecimento são a maneira mais segura de adotar uma espécie e preservá-la.

A permanência do Jerivá e da Juçara, presentes no ecosistema natural da cidade, devolve a ela qualidades que lhe são próprias.

As safras copiosas de coquinhos amarelos ou pretos, respectivamente, podem trazer de volta e manter toda a gama de seres vivos (de insetos polinizadores a grandes mamíferos) que marcaram presença um dia neste planalto.

Suas grandes palmas, sempre balançantes, prestam-se a arejar a atmosfera carregada da cidade atual.

A própria visão destes leques ao vento, tão destoantes do cimento e fuligem, muito barulho e pouca cor que cobriram os capins-cheirosas dos primeiros tempos, desafiam o espectador a alistar-se no pequeno exército que acredita ter nas próprias mãos o remédio para o planeta.

PÚBLICO ALVO:  Artistas, pessoas interessadas em xilogravura, cidadãos preocupados com meio ambiente.

INFORMAÇÕES SOBRE O LOCAL DO CURSO: ATELIER ANGELA LEITE

Rua Heitor de Souza Pinheiro, 300,  Super Quadra Morumbi, CEP 05750-230, São Paulo, SP

HORÁRIO: Estão previstas duas turmas, à opção dos participantes.

Turma da tarde:
- 5 de maio (sábado), das 15 às 19h – abertura
- 9 e 11 de maio (4a e 6a), das 14 às 17 horas
- 12 de maio (sábado), das 17 às 20 horas – encerramento

Turma da noite:
- 5 de maio (sábado), das 15 às 19h – abertura
- 8 e 10 da maio (3a e 5a), das 19 às 22 horas
- 12 de maio (sábado), das 17 às 20 horas – encerramento

NUMERO MÁXIMO DE PARTICIPANTES POR TURMA: 5

PREÇO: R$ 400,00 (material não incluso, a ser providenciado pelos participantes)

MATERIAL A SER PROVIDENCIADO PELOS PARTICIPANTES:
-
Um pequeno pedaço de madeira (+ ou - 10 x 10 cm ou 20 X 20), tomando a precaução de usar espécies plantadas para comércio, de uso liberado.
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Lixas de quatro espessuras (gramatura de 80, 100, 150 e 220, por exemplo), que serão utilizadas pelo aluno para lixar a madeira no sentido do fio, da lixa mais grossa até a mais fina, obtendo-se uma superfície homogênea e sedosa.
-
Um estojo de xilogravura, à venda na Casa do Artista, entre outras lojas, deverá ser adquirido para o trabalho de cada aluno.
-
Algumas folhas próprias para impressão de xilografia (papel de arroz).

PARA INSCRIÇÕES OU MAIS INFORMAÇÕES ENTRAR EM CONTATO COM ANGELA LEITE.
(11) 8542-3042 ou (11) 3743-7567
angelaleite.gravura@uol.com.br
www.angelaleite.com.br




Angela Leite apresenta novas obras no Café Colón

quarta-feira 07 de Dezembro de 2011, por Antonio Biondi
palavras-chave: angela leite; arte; biodiversidade; cachalote; desenho; ecologia; exposição; fauna; flora; gravura; jandaia; meio ambiente; tamanduá

A artista plástica Angela Leite irá apresentar em sua exposição de fim de ano no Café Colón três novas obras, sendo um desenho e duas xilogravuras. Os mais recentes trabalhos da autora retraram, respectivamente, as jandaias-de-testa-vermelha na caviúna-do-cerrado, o cachalote e os tamanduás-de-colete.

As obras reafirmam o compromisso da arte de Angela com a divulgação e defesa do meio ambiente no Brasil e no mundo. E, ao lado desse traço, realçam o trabalho meticuloso de pesquisa, técnica e execução desenvolvido por Angela em suas obras.

No desenho Jandaias-de-testa-vermelha na Caviúna-do-Cerrado (Aratinga auricapillus e Dalbergia miscolobium) a riqueza de detalhes combina-se de forma encantadora com a técnica do lápis-de-cor.

O desenho, nas dimensões de 31 x 73 cm (VxH) “registra um momento ímpar do nosso cerrado, e tem o intuito de sensibilizar as pessoas sobre os tesouros do bioma, tão ameaçado hoje”, segundo nos conta a artista.

Já a nova xilogravura do Cachalote (Physeter macrocephalus) chega para se somar à vasta e longeva produção da artista em defesa dos cetáceos nos mares e rios do planeta. Desde 1982, Angela produziu 15 xilogravuras desse grupo de espécies, além de diversos desenhos.

“Sempre quis produzir uma xilo do cachalote, um animal lindo e incrível, que está ameaçado de extinção, assim como todas as grandes baleias, pela exploração absurda de sua caça realizada pelos homens”. A xilo, com 15 x 70 cm (VxH), representa mais um capítulo do fascínio da autora por essa espécie em específico e pelas baleias em geral, registrado inclusive em textos da artista.

Por sua vez, a xilogravura dos Tamanduás-de-colete (Tamandua tetradactyla) é uma ode à   biodiversidade do cerrado brasileiro e à necessidade de sua preservação. O simpático e ameaçado mamífero aparece na xilo em um grupo de quatro espécimes. Neste retrato do bioma, também se fazem presentes a Copaíba, o Jatobá, a Caviúna-do-Cerrado, a Eritrina Mulungu, o Baru e a Sucupira-preta, magníficas representantes de sua flora.

A xilogravura dos tamanduás-de-colete apresenta tamanho grau de detalhes que sua reprodução na internet não permite que sejam apreendidas todas as minúcias presentes na obra, cujas dimensões são de 39,5 x 49 cm (VxH). “É mais um motivo para as pessoas visitarem a exposição”, conclui Angela Leite.

A exposição no Café Colón ocorre nos dias 8, 9 e 10 de dezembro (quinta, sexta e sábado desta semana), na praça Buenos Aires, 555, casa 2. Fica aberta das 9h às 18h na quinta e sexta. E das 9h às 13h no sábado.




Angela Leite realiza oficina de xilogravura no ‘SP Estampa’

domingo 01 de de 2011, por Antonio Biondi
palavras-chave: angela leite; animais; arte; biodiversidade; curso; desenho; ecologia; fauna; flora; meio ambiente; SP Estampa; xilogravura

A artista plástica Angela Leite realiza, de 10 a 14 de maio, o curso de xilogravura “Oficina do Jatobá”. A oficina integra a programação do SP Estampa, iniciativa capitaneada pela galeria Gravura Brasileira (www.cantogravura.com.br).

No curso oferecido por Angela Leite, os participantes desenvolverão noções de observação, sensibilidade, ilustração e produção de xilogravura, tendo como objeto o Jatobá, umas das árvores mais imponentes e importantes de nossa flora. Parte das atividades será realizada junto aos espécimes do Jatobá existentes na cidade, além de outros momentos no atelier da artista.

Natural de treze Estados do país (incluído o DF), presente em várias formações florestais, o Jatobá pode atingir 25 metros de altura e 120 cm de diâmetro. Polinizado por morcegos e beija-flores em horários díspares, atrai abelhas de mel valioso, como já indica seu nome popular: Jataíba, que significa árvore da abelha nativa Jataí.

Segundo a artista, o Jatobá “fornece seus pesados frutos para pacas, cutias e muitos macacos, além do consumo humano. A medicina popular encontra nele usos diversos. A feição, porém, que mais se destaca é a volumosa imagem a atravessar gerações, acolhendo a todos com sombra generosa”. Por outro lado, Angela se indaga: “apesar de tão vigorosa presença, quantos paulistanos passam sob sua copa espaçosa, sem ao menos admirar-lhe o garbo?”.

Conceito: Arte e Cidadania


A partir da escolha do Jatobá como tema, o curso de xilogravura pretende trabalhar, ao mesmo tempo, aspectos de Arte e Cidadania. Exemplares urbanos da árvore serão escolhidos como protagonistas, em bairros distintos. Alguns espécimes são pré-sugeridos pela artista, como o da Av. Angélica, abaixo da Rua Baronesa de Itu; o imenso indivíduo da casa da dona Iaiá (espaço ligado à Universidade de São Paulo); dois pés plantados no Instituto de Botânica da USP (na Cidade Universitária) e outras árvores que poderão ser selecionadas como modelo, em diálogo com a organizadora do curso.

Descrição do projeto

O curso conta com treze vagas, sendo formado pelas seguintes etapas:

1) Preparação individual
 
A observação minuciosa é o primeiro passo. Dimensionamento, sensações, fotos, cheiro, folhas e cascas caídas no chão são o material principal do projeto. Mais de uma visita pode ser surpreendente; em horários distintos, ainda melhor. Não veremos suas flores que fenecem até o fim de fevereiro, nem os frutos na árvore, pois só estarão maduros a partir de junho  na cidade. Pesquisa  particular a respeito da espécie será recomendada para o aprofundamento da experiência.

Um pequeno pedaço de madeira (entre 10 x 10 cm ou 20 X 20 cm) será providenciado por cada participante, com a precaução de não serem usadas espécies nativas.

Lixas de quatro espessuras deverão ser providenciadas pelos participantes (gramatura de 80, 100, 150 e 220, por exemplo), lixando-se a madeira no sentido do fio, da lixa mais grossa até a mais fina, obtendo-se uma superfície homogênea e sedosa.

Um estojo de xilogravura, disponível na Casa do Artista, entre outras lojas, deverá ser adquirido para o trabalho de cada aluno.

2) Acompanhamento da artista

Nos dias 10 e 13 de maio, três horas no período da tarde (das 14h às 17h) serão usadas para o desenvolvimento dos trabalhos, no atelier da artista. A conclusão do curso será no dia 14, sábado (das 11h às 15h), no mesmo local.

No atelier, os participantes poderão conhecer as dezenas de matrizes de obras da autora, com suas respectivas impressões, e tomá-las como material de pesquisa e apoio para seus trabalhos.

·    O dia 10 (terça-feira) terá como objetivos centrais a avaliação do projeto no papel (desenho) e o lixamento do pequeno taco; além de noções básicas da técnica de xilogravura.

·    No dia 13, sexta, o objetivo principal do encontro com a artista será a conclusão das xilos.

·    No sábado, dia 14, haverá a impressão demonstrativa de uma matriz de árvore gravada pela artista.

Conclusão

Para Angela, “a observação, envolvimento, materialização e conhecimento são a maneira mais segura de adotar uma espécie e preservá-la”. O Jatobá é considerado espécie ameaçada de extinção no Estado de São Paulo. Portanto, “seu cultivo deve ser estimulado, e sua derrubada é crime”, alerta a artista.

Angela Leite ressalta que “a presença imponente do Jatobá na capital paulista é prova estimulante de que podemos conviver com criaturas  magníficas  desafiando o caos desumano da  grande cidade e nos certificando de que além, bem além do transtorno do rush, muitos outros Jatobás dividem o espaço na paz das florestas que ainda nos aguardam”.


Mais informações

Título: "OFICINA DO JATOBÁ" – Curso de xilogravura e cidadania ambiental, integrante da programação do SP Estampa

Organização: Angela Leite (xilogravadora)

Contatos para dúvidas ou inscrições:
angelaleite.gravura@uol.com.br / (11) 8542-3042 ou 3743-7567

Local: ATELIER ANGELA LEITE (e pesquisa de campo na cidade de SP)
Rua Heitor de Souza Pinheiro, 300, Super Quadra Morumbi

Datas das atividades no atelier:
dias 10, 13 e 14 de maio de 2011

Horários:

·    Dia 10, terça-feira: das 14h às 17h
·    Dia 13, sexta-feira: das 14h às 17h
·    Dia 14, sábado: das 11h às 15h

Custo: R$ 150,00 (material não incluso, deverá ser adquirido pelo participante)

Número de participantes:
13 vagas

Público-alvo: artistas, pessoas interessadas em xilogravura, cidadãos preocupados com o meio ambiente.




Fauna e flora brasileiras de volta ao Café Colón

terça-feira 07 de Dezembro de 2010, por Angela Leite
palavras-chave: angela leite; animais; arte; biodiversidade; desenho; ecologia; exposição; fauna; flora; gravura; meio ambiente

Olá, queridas amigas e amigos

Gostaria de vê-los em minha exposição de final de ano no Café Colón. Estarei com meus bichos e árvores, minhas gravuras, camisetas e cartões.

Em 2010, o ambiente hospitaleiro idealizado pelo amigo Toninho abre mais uma vez as portas para nosso reencontro.

Aguardam o visitante as iguarias (empadas e bolos) feitas pela mulher dele, a praça de Canelas e Jequitibás centenários que se avista da janela e o monte de flores viçosas logo ao entrar.

O endereço é Rua Alagoas, 555, casa 2, junto à Praça Buenos Aires.

Os dias são quinta-feira, 9 de dezembro; sábado, dia 11; e segunda, dia 13.

Na quinta e segunda o horário é das 11h às 19h. E sábado das 9h às 12h.

Qualquer dúvida, podem me escrever:

angelaleite.gravura@uol.com.br

Felicidades e um abraço,

Angela Leite




Dia de arte e conversa em café paulistano: 12 de novembro

quarta-feira 11 de Novembro de 2009, por Pedro Biondi
palavras-chave: angela leite; animais; arte; biodiversidade; desenho; ecologia; fauna; flora; gravura; meio ambiente; exposição

Que tal uma pausa na correria em que vivemos nesta metrópole? E se for pra conversar sobre arte e meio ambiente e botar a amizade em dia? Então: nesta quinta-feira (12) vou expor meus trabalhos recentes e gostaria muito de recebê-los num lugarejo pra lá de agradável, o Café Colón, numa vila florida de Higienópolis.

Venham conhecer novos desenhos e gravuras da fauna e da flora brasileiras – boto-cinza, lobo-guará e copaíba entre eles – e tomar um café dos bons. E provar as empanadas da casa mantida pelo simpático Toninho, com decoração inspirada em Buenos Aires.

O endereço é Rua Alagoas, 555, casa 2. O encontro irá das 10 às 18, só na quinta.

Espero vocês lá!




Exposição na USP é prorrogada até quarta, 10

quarta-feira 03 de Junho de 2009, por Pedro
palavras-chave: arte; artes plásticas; biologia; brasil; desenho; ecologia; fauna; flora; gravura; meio ambiente; natureza; usp; xilogravura

Foi prorrogada até a quarta-feira, 10, a mostra “Trilha Natural Brasileira”. Nela, a artista plástica Angela Leite usa os elementos que caracterizam sua obra – excelência artística combinada a um rigor quase científico e a um olhar militante – para conduzir o visitante a um passeio por entre espécies de nossa fauna e nossa flora.

São 23 desenhos recentes e inéditos, a nanquim, a maioria em preto e branco. E 37 xilogravuras, representativas de suas quatro décadas de carreira (como esta ao lado – "Mocó", de 2007).

A exposição está no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), em evento emblemático do crescente trabalho conjunto desenvolvido pela artista e pesquisadores da área. Na segunda-feira, 8, a artista estará no local das 17 às 22 horas para conversar com os visitantes sobre seu processo de trabalho.

Nascida em 1950 no Rio de Janeiro, Angela se dedica desde 1968 à arte em estreita ligação com o meio ambiente. Participou de cerca de 200 salões e exposições nacionais e internacionais e recebeu prêmios no país e no exterior. A militância também se dá por meio de palestras, oficinas, artigos e entrevistas em defesa da fauna e da flora, em especial as brasileiras.

“Angela pesquisa intensamente sobre seus objetos de trabalho, buscando a opinião de zoólogos, botânicos e ecólogos para dar mais vida a suas obras”, comenta o professor Miguel Trefaut, do Departamento de Zoologia do IB-USP. “Torna-as, assim, flagrantes instantâneos de cenas naturais de nossa rica biodiversidade”.

Outros depoimentos e análises sobre a obra e o engajamento da artista – entre eles, de Olívio Tavares de Araújo, Ibsen de Gusmão Câmara, Álvaro Machado, Carlos Von Schmidt, Aloysio Biondi, Antonio Carlos Abdalla, Olney Krüse e Paulo Vanzolini – podem ser conferidos neste site.

"Trilha Natural Brasileira" - de 27 de maio a 10 de junho. Entrada é gratuita. Aberta das 9 à 22 horas, de segunda a sexta.

Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo - Cidade Universitária

Rua do Matão, 277, Departamento de Botânica, Edifício André Dreyfus

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Gravuras em destaque no Terra Magazine

quarta-feira 04 de Março de 2009, por Pedro
palavras-chave: angela leite; arte; artes plásticas; gravura; meio ambiente; naturalistas; spix; von martius; xilogravura

O trabalho de Angela Leite foi tema, recentemente, de matéria na página eletrônica Terra Magazine. No texto, o jornalista Aloisio Milani destaca a resistência ao tempo como uma linha-mestra da obra de Angela. Nas xilogravuras ela imortaliza as espécies retratadas, segundo a leitura de Milani.

Angela afirma que a ênfase na gravura em madeira não se deu por acaso: “É interessante pensar que a técnica é capaz de reproduzir em grande quantidade o número de obras. Você multiplica a imagem da espécie que está perdendo indivíduos”.

Ela também comenta a pesquisa em torno de uma lagoa descrita pelos naturalistas alemães Carl von Martius e Johann Baptiste Spix em território brasileiro. E identifica a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, em 1972, em Estocolmo, na Suécia, como um marco na difusão do debate sobre a preservação ambiental.

O texto pode ser lido no endereço http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3604453-EI6581,00.html

 

 




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