Carioca residente em São Paulo, Angela Leite dedicou sua arte à ecologia desde a adolescência: sua série de gravuras sobre bichos brasileiros ameaçados foi iniciada em 1968 – quando os movimentos ambientalistas mal começavam a se esboçar no mundo. Apontada pelo crítico Carlos Von Schmidt como “herdeira direta de Goeldi”, Angela Leite foi selecionada para participar dos três Panoramas Nacionais de Arte sobre Papel promovidos pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1987, 1989 e 1991. Detentora de prêmios e medalhas em salões e exposições, exibiu seus trabalhos em mostra individual na Embaixada do Brasil em Washington, no ano passado, e mereceu uma sala especial no Dronninglund Kurjstcenter em Thorup Hedvej, Dinamarca, em 1990. a atuação ecológica de Angela Leite não se limita à arte: com intensa militância em defesa do meio ambiente, foi membro-fundador da União em Defesa das Baleias, em 1970, e escreve artigos, participa de debates e palestras em defesa dos animais ameaçados. Angela Leite realiza agora sua primeiras exposições individuais de desenhos, uma em São Paulo, na Galeria Ars Artis, a partir deste 9 de abril, e outra no Rio, a partir de 25 de maio, dentro da programação de eventos paralelos à Eco-92, na Galeria Cândido Mendes.
Em seus desenhos, como na xilogravura, Angela Leite exibe uma arte na qual a obsessão é mostrar os bichos que defende não através de um viés mórbido, como vítimas de extermínio. Angela Leite prefere exaltá-los, mostrá-los como exemplos de vida bem sucedida – e, por isso mesmo, a ser preservada
Aloysio Biondi – 1992
A artista desenvolve atividades de sensibilização às questões da natureza com escolas e instituições. Participa de campanhas de entidades como a União em Defesa da Natureza e a Rede Pró-Unidades de Conservação e é membro-fundador da União em Defesa das Baleias. Ministra, também, cursos de xilogravura combinados ao conteúdo ambiental e de sustentabilidade.